O colapso no mercado das criptomoedas elimina 1,2 biliões! Especialista financeiro: O Bitcoin não só é estável, como há o risco de colapso nas bolsas norte-americanas

8 de dezembro, o Bitcoin negociava-se perto dos 91.000 dólares, tendo caído mais de 30% em relação ao máximo de 126.272 dólares em outubro. O elevado efeito de alavancagem no mundo cripto causou perdas avultadas, com Huang Licheng, conhecido como “Maji Dage”, a registar 71 liquidações apenas desde novembro. O especialista financeiro Ruan Muhua alerta que, a menos que o Bitcoin estabilize e recupere, é preciso cautela com o mercado acionista. Embora os quatro principais índices norte-americanos tenham mantido a média móvel dos 100 dias, nada garante que não venham a quebrá-la, tal como aconteceu com a média dos 50 dias.

Cripto perde 1,2 biliões de dólares em 2 meses: tragédia das alavancagens 100x

幣圈爆倉潮

Novembro foi um mês muito difícil para o Bitcoin, com o mercado a manter-se fraco também em dezembro. Ruan Muhua salienta que, este ano, o preço do Bitcoin passou de uma subida de 30% para uma queda de 10% em menos de dois meses. De 125.000 dólares para 82.000 dólares, uma queda de 34% no espaço de uma vaga. Estas reversões abruptas não são raras na história das criptomoedas, mas quando ocorrem logo após o Bitcoin atingir um novo máximo histórico e com o mercado eufórico, o impacto é especialmente devastador.

O efeito devastador das alavancagens 100x já era evidente. E não é apenas a queda do preço do Bitcoin em causa. Numa negociação alavancada, uma queda de 1% pode liquidar uma posição com alavancagem de 100x. Quando o Bitcoin caiu de 125.000 para 82.000 dólares, uma descida de 34%, qualquer posição long com mais de 3x de alavancagem seria liquidada. Isto explica porque Huang Licheng teve 71 liquidações em novembro — cada vez que o preço recuperava um pouco, reabria posições long, sendo novamente apanhado pela queda abrupta.

Este fenómeno de liquidações em cadeia não é exceção. Segundo dados da Coinglass, o valor global de liquidações no mercado cripto em novembro superou os 10 mil milhões de dólares, um novo máximo mensal este ano. Muitos investidores individuais aumentaram a alavancagem após o Bitcoin ultrapassar os 100.000 dólares, acabando por perder tudo com o crash que se seguiu. Este “efeito armadilha da alavancagem” é típico do final de um bull market cripto: quando todos alavancam para cima, o mercado arranja uma limpeza em massa.

Mais preocupante ainda, este colapso no mercado cripto não é um evento isolado. Ruan Muhua destaca que a turbulência está a propagar-se para os mercados financeiros tradicionais. Todos os ativos financeiros parecem ter entrado em grande volatilidade de um momento para o outro, com as ações norte-americanas também a começarem a cair fortemente. Este efeito de ligação entre mercados já se verificou na queda da Luna em 2022, mas então o impacto nas ações foi limitado. Agora, com muitos investidores individuais e instituições a investirem simultaneamente em ações e cripto, a correlação entre ambos está a aumentar.

Três características da onda de liquidações cripto

Abuso de alavancagem: Investidores individuais compram em máximos com alavancagem 10-100x; uma queda de 34% é suficiente para eliminar todas as posições altamente alavancadas.

Liquidações em cadeia: As quedas de preço desencadeiam liquidações forçadas, aumentando a pressão vendedora e criando um ciclo vicioso.

Efeito celebridade amplifica o pânico: Notícias de liquidações de figuras conhecidas como Huang Licheng provocam vendas em pânico entre pequenos investidores.

Correlação entre ações norte-americanas e cripto: risco sistémico no mercado de retalho

Ruan Muhua aponta uma observação fundamental: “Quando o mercado acionista dos EUA se torna um mercado de retalho, todos são bullish em Bitcoin.” Isto revela uma mudança estrutural nos mercados financeiros. Antes, o mercado de ações dos EUA era dominado por investidores institucionais, com pouco peso dos retalhistas. Nos últimos anos, com o surgimento de corretoras sem comissões e comunidades de investimento em redes sociais, a influência dos investidores individuais aumentou drasticamente.

Estes investidores já não investem apenas em ações tradicionais, mas também em criptomoedas. Quando o preço do Bitcoin dispara, o efeito riqueza leva-os a comprar mais ações, sobretudo tecnológicas e ligadas à IA. Pelo contrário, quando o Bitcoin cai, não só sofrem perdas avultadas em cripto, como podem ser forçados a vender ações para cobrir perdas ou responder a chamadas de margem. Esta dupla exposição cria um efeito de ligação nunca antes visto.

Wall Street tem agora uma máxima: “Se és investidor em ações norte-americanas, não queres ver o Bitcoin cair.” Isto quer dizer que a queda do Bitcoin afeta o mercado acionista por via do efeito riqueza, liquidações com alavancagem e contágio emocional. Quando os pequenos investidores detêm tanto ações como Bitcoin, o colapso no cripto reduz diretamente a sua capacidade e vontade de manter ou aumentar posições em ações.

Os dados mostram que esta ligação já é visível. Durante a queda do Bitcoin em novembro, o índice Nasdaq também recuou de forma notória. Embora não se possa atribuir toda a culpa à queda do Bitcoin, a coincidência temporal não é casual. Os investidores em ações relacionadas com cripto (como Coinbase, MicroStrategy, Marathon Digital) sofreram duplamente: queda nas criptomoedas e nas respetivas ações.

Média móvel dos 100 dias é linha de defesa chave das ações norte-americanas

Ruan Muhua alerta os investidores: a menos que o Bitcoin estabilize e recupere, é preciso cautela no mercado de ações. Apesar dos quatro principais índices norte-americanos terem mantido a média móvel dos 100 dias na sexta-feira, não há garantias de que esta não venha a ser quebrada, tal como já aconteceu com a média dos 50 dias. Este aviso realça um risco técnico fundamental.

As médias móveis são um dos indicadores mais básicos e importantes da análise técnica. A média móvel dos 50 dias indica a tendência de curto prazo; a dos 100 dias, a tendência de médio prazo; e a dos 200 dias, a tendência de longo prazo. Quando o preço das ações quebra a média dos 50 dias, é geralmente visto como sinal de fraqueza da tendência de curto prazo. As ações norte-americanas já quebraram a média dos 50 dias em novembro — primeiro sinal de alarme.

Atualmente, o mercado está a testar a média dos 100 dias, a linha de defesa chave do médio prazo. Se for quebrada em baixa, o sinal técnico de venda será ainda mais forte, podendo desencadear grandes vendas por seguidores de tendência e sistemas de trading quantitativo. Mais preocupante ainda: se a média dos 100 dias falhar, o próximo suporte é a dos 200 dias, o que pode significar mais 10-15% de queda.

Ruan Muhua enfatiza a importância da estabilização do Bitcoin para as ações norte-americanas. Este argumento contraria a visão tradicional, segundo a qual o desempenho das ações depende sobretudo dos fundamentais económicos, lucros empresariais e política de taxas de juro, sendo as criptomoedas um ativo marginal, sem grande impacto no mercado principal. Porém, a estrutura de mercado mudou: participação massiva de investidores de retalho, amplificação do efeito-riqueza e alavancagem generalizada fazem com que a correlação entre Bitcoin e ações esteja no máximo histórico.

Historicamente, na queda da Luna em 2022, as ações também corrigiram, mas sobretudo devido ao aumento das taxas da Fed, não tanto pela queda cripto. Desta vez é diferente: o crash do Bitcoin ocorre num contexto em que as ações já estão sobrevalorizadas e tecnicamente frágeis, o que pode amplificar o efeito destrutivo. Além disso, empresas cotadas com grandes posições em Bitcoin, como a MicroStrategy, têm cotação fortemente correlacionada com o Bitcoin — e o seu peso nos índices não é negligenciável.

O preço da festa de alavancagem dos pequenos investidores: contágio do cripto para as ações

O caso de Huang Licheng é paradigmático. Figura conhecida do entretenimento em Taiwan e fundador do projeto NFT Machi X, tem muitos seguidores no mundo cripto. O seu registo de trading na Hyperliquid é público e transparente: 71 liquidações em novembro, chocando o mercado. Isto equivale a mais de 2 liquidações por dia, reabrindo posições após cada liquidação, para ser novamente apanhado pelo mercado.

Este padrão de “cair e voltar a lutar” é muito comum no cripto. Muitos investidores, após lucros fáceis com alavancagem em bull markets, acreditam dominar o mercado — apenas para sofrer perdas catastróficas quando a tendência inverte. O registo público de liquidações de Huang Licheng é o melhor exemplo dos riscos da alavancagem para investidores de retalho. Mais importante ainda: se mesmo figuras conhecidas não sobrevivem à alavancagem, que hipótese tem o investidor comum?

A cultura da alavancagem no cripto está a propagar-se ao mercado acionista. Cada vez mais investidores usam margin, opções e ETF alavancados para multiplicar ganhos nas ações. Esta tendência aumenta a volatilidade a curto prazo e acumula risco sistémico a longo prazo. Quando o mercado inverte, as liquidações em cascata podem alastrar do cripto às ações e daí ao sistema financeiro global.

O alerta de Ruan Muhua baseia-se nesta avaliação de risco sistémico. Não se trata de pessimismo face às ações ou ao Bitcoin, mas sim de salientar a perigosa interdependência entre ambos. Nesta estrutura, o colapso de um pode desencadear uma reação em cadeia. Enquanto ativo mais volátil, o Bitcoin tende a antecipar os movimentos das ações. Assim, a estabilização ou recuperação do Bitcoin será um indicador-chave para saber se as ações conseguirão manter a média móvel dos 100 dias.

Estratégias para investidores: reduzir alavancagem e diversificar

Perante o duplo risco cripto e ações, que fazer? A primeira regra é reduzir a alavancagem. Em períodos de volatilidade, a alavancagem elevada é fatal, seja em cripto ou ações. As 71 liquidações de Huang Licheng provam que nem os mais experientes sobrevivem com alta alavancagem a longo prazo. Reduzir para menos de 2x, ou mesmo eliminar totalmente a alavancagem, é a escolha mais prudente neste momento.

Em segundo lugar, acompanhar de perto os suportes técnicos do Bitcoin. A “estabilização” referida por Ruan Muhua significa que o Bitcoin precisa de criar suporte sólido em torno de um determinado preço, parar de cair e consolidar. Atualmente, a zona dos 85.000 a 90.000 dólares é crítica; se o preço se mantiver e consolidar, pode significar que o pior já passou. Pelo contrário, se cair abaixo dos 80.000 dólares, pode desencadear nova vaga de vendas em pânico.

Terceiro, diversificar para reduzir o risco de concentração. Não aposte todo o capital num único mercado ou classe de ativos. O alerta de Ruan Muhua não implica sair totalmente das ações ou do Bitcoin, mas sim que se tenha em conta o risco de correlação entre ambos. A inclusão de ativos tradicionais defensivos, como ouro ou obrigações, pode ajudar a amortecer choques em mercados extremos.

Por fim, manter a calma e evitar decisões emocionais. O pânico é, normalmente, o pior momento para vender; do mesmo modo, a euforia é o mais perigoso para comprar. O aviso de Ruan Muhua assenta numa análise profissional da estrutura e dos riscos do mercado, não num pessimismo irracional. Os investidores devem avaliar racionalmente a sua tolerância ao risco, definir planos claros de stop loss e não seguir cegamente as emoções do mercado.

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