O novo livro de Audrey Nesbitt exorta os fundadores a repensarem a liderança

Audrey Nesbitt, uma CEO experiente com mais de 25 anos de experiência em escalar empresas de tecnologia emergentes, está a instar os fundadores a reconsiderar uma das crenças mais enraizadas nos negócios: que a pessoa que constrói um produto deve automaticamente liderar a empresa.

No seu novo livro, Porque Não Deveria Ser o CEO (E Outras Maneiras de Salvar a Sua Startup), Nesbitt revela os erros humanos de liderança que, mais frequentemente do que não, levam ao fracasso das startups.

Através de uma combinação de dados concretos e insights comportamentais, Nesbitt examina porque a brilhantismo técnico, na ausência de liderança estratégica, muitas vezes se torna o maior passivo de uma empresa. Ela destaca as armadilhas-chave que descarrilam startups, tudo, desde a falha em validar o ajuste produto-mercado e fazer más escolhas de cofundadores, até as consequências mortais de microgerir durante a escalabilidade.

O Assassino Silencioso: Comportamento do Fundador

O livro de Nesbitt sublinha uma estatística sombria: 90% das startups falham (Startup Genome, 2019), e 65% dessas falhas são devido a conflitos entre fundadores (Wasserman, 2012). Não é a competição de mercado ou falhas de produto que fazem a maioria das empresas falir, argumenta ela, mas a incapacidade do fundador de adaptar seu estilo de liderança à medida que o negócio cresce.

Na verdade, pesquisas mostram que 42% das startups falham devido à falta de necessidade de mercado (CB Insights), e 35% das empresas experienciam separações de cofundadores (Icehouse Ventures, 2018). Os riscos são altos, mas muitos fundadores nem percebem que seu próprio comportamento pode ser a causa raiz da queda de sua empresa.

Como Nesbitt aponta, "A maioria dos fundadores nunca questiona se deve ser o CEO. Eles assumem que construir a empresa significa que devem administrá-la. Essa suposição destrói mais startups do que más ideias alguma vez o farão."

Baseando-se em sua vasta experiência à frente da SPINNOVATE Tech, uma empresa na vanguarda do fintech, blockchain e IA, Nesbitt viu em primeira mão como fundadores técnicos muitas vezes confundem inovação com liderança. Ela argumenta que muitos fundadores, particularmente na indústria tecnológica, caem na armadilha do perfeccionismo e do controle obsessivo, enquanto falham em validar se seus produtos realmente atendem às necessidades do mercado.

Liderança: O Gargalo Invisível

No seu livro, Nesbitt aprofunda-se em várias áreas-chave onde o comportamento dos fundadores frequentemente sabota o sucesso das startups.

Um dos erros mais significativos, ela explica, é ignorar o feedback do mercado e construir produtos que ninguém quer. Muitos fundadores, na sua pressa de aperfeiçoar o seu produto, perdem o passo crucial da validação de mercado. Sem isso, mesmo as soluções tecnicamente mais avançadas podem falhar em ganhar tração.

Outro erro comum que Nesbitt destaca é a tendência dos cofundadores de entrarem em conflitos que resultam em uma tomada de decisão paralisada. Quando as divisões de ações e visões diferentes não são abordadas, isso geralmente leva a uma falta de direção, atrasando o crescimento. Conflitos entre fundadores podem ser ainda mais prejudiciais quando se transformam em lutas de poder a longo prazo, o que, por sua vez, sufoca o progresso.

A próxima grande questão que Nesbitt aborda é o perfeccionismo. Os fundadores podem se tornar tão obcecados em tornar seu produto impecável que atrasam lançamentos e perdem oportunidades de aprender com usuários reais. O desejo constante de melhorar pode levar à paralisia, onde a startup nunca avança além da fase de protótipo.

Como Nesbitt diz, "O mercado não se importa com a sua elegância técnica. Preocupa-se em resolver problemas que realmente tem, de formas que consegue entender, nos momentos em que está pronto para comprar."

Os Perigos do Microgerenciamento

Um dos hábitos mais perigosos que Nesbitt identifica nos fundadores é a micromanagement. A crença de que "Se eu não fizer, não será feito corretamente" é uma armadilha na qual muitos fundadores caem, e pode ter consequências devastadoras. Ao insistir em supervisionar cada decisão, os fundadores, inadvertidamente, impedem que outros se destaquem e cresçam como líderes dentro da organização.

“O verdadeiro controle não é sobre envolvimento direto,” explica Nesbitt. “É sobre criar o ambiente, a cultura e os sistemas que produzem excelência independentemente da sua presença.”

O seu conselho para os CEOs é simples: delegar cedo, dar aos membros da equipa propriedade sobre os resultados e criar estruturas de tomada de decisão claras que permitam à equipa executar efetivamente com mínima supervisão.

Lembre-se, o objetivo não é remover-se completamente do negócio, mas criar uma estrutura onde a empresa possa prosperar sem a intervenção constante do fundador.

Estudos de Caso: Lições do Mundo Real em Liderança & Crescimento

Nesbitt utiliza vários estudos de caso de alto perfil para ilustrar como decisões de liderança críticas podem determinar o destino de uma startup.

Por exemplo, a Jawbone, apesar dos seus produtos inovadores e de perto de um milhar de milhões de dólares em financiamento, colapsou porque o seu foco na inovação tecnológica não estava alinhado com as necessidades do mercado. Da mesma forma, a batalha legal entre Mark Zuckerberg e os gémeos Winklevoss sobre as origens do Facebook destaca a importância do alinhamento inicial dos cofundadores e os riscos de conflitos não resolvidos.

Nesbitt também faz referência à bem-sucedida transição de liderança do Google quando Larry Page e Sergey Brin se afastaram, mostrando como a evolução da liderança é crucial à medida que as empresas escalam. Por outro lado, os problemas da Uber com a saída de Travis Kalanick, devido a conflitos internos e uma cultura tóxica, demonstram como uma liderança fraca pode desviar até mesmo as empresas mais bem-sucedidas.

Deverá Ser o CEO?

Talvez a pergunta mais provocadora que Nesbitt faz no seu livro seja: Você é o melhor CEO possível para a sua empresa neste momento?

Nas fases iniciais, um fundador prático é essencial. No entanto, à medida que a empresa cresce, é crítico reavaliar se as habilidades do fundador são as mais adequadas para a próxima fase. Nesbitt apresenta a "Autoavaliação de CEO em Cinco Pontos" para ajudar os líderes a avaliar se devem continuar como CEO ou passar o comando para alguém mais preparado para escalar.

Esta decisão, ela enfatiza, não é um sinal de falha, mas uma manobra estratégica para garantir a sobrevivência e o sucesso a longo prazo da empresa.

A Importância do Tempo na Escala

Nesbitt também enfatiza a importância do tempo, especialmente em áreas de rápido movimento como Web3, blockchain e IA. Não importa quão inovador seja um produto, se o mercado não estiver pronto para ele, a empresa está condenada ao fracasso.

Refletindo sobre uma plataforma social Web3 em que trabalhou e que estava "anos à frente do seu tempo", Nesbitt avisa: "Quando a possibilidade técnica encontra a realidade do mercado, a realidade do mercado vence sempre."

Uma Nova Era de Liderança para Fundadores de Tecnologia

No seu livro, Nesbitt oferece um roteiro para fundadores que desejam escalar suas empresas de forma sustentável.

Ela argumenta que a verdadeira liderança consiste em construir sistemas, cultura e equipas que operem sem a constante presença do fundador. "O melhor produto não vence", afirma ela. "O produto melhor comercializado vence."

Para os fundadores, o caminho para o sucesso não é sobre criar o produto perfeito ou tomar decisões impecáveis, mas sim sobre projetar um negócio que prospere além do envolvimento diário do fundador.

Sobre Audrey Nesbitt

Audrey Nesbitt é uma líder respeitada em tecnologias emergentes, especializada em fintech, blockchain e IA. Como CEO da SPINNOVATE Tech, ela lançou e escalou vários produtos bem-sucedidos de Web3 e IA.

Além de ser uma profissional certificada PMP e ter um MBA da Universidade Heriot-Watt, Audrey também foi nomeada para o Prémio Mulheres em TI na categoria de Startup Tecnológica do Ano em 2023 e Liderança Excecional na Conferência de Marketing em 2024.

Uma mentora para mulheres na tecnologia e uma defensora ativa da diversidade e inclusão, Nesbitt está moldando ativamente o futuro da liderança tecnológica. Seu novo livro, Why You Shouldn’t Be the CEO (And Other Ways to Save Your Startup), está disponível agora em formatos impressos e digitais.

Para mais informações sobre Audrey Nesbitt e o seu trabalho, visite o seu site oficial.

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