O indicador de probabilidade de corte de taxas da CME tem estado bem interessante ultimamente — a possibilidade de um corte de 25 pontos base em dezembro subiu diretamente para 87%. O mercado está tão convicto principalmente porque os dados de emprego falam por si. O payroll de setembro acrescentou apenas 119 mil empregos, e a Goldman Sachs foi ainda mais conservadora, estimando que o número real foi de apenas 39 mil. A taxa de desemprego entre os jovens está a disparar, e há quem diga que isto já é sinal de que a IA começou a roubar empregos.

Mas se olhares para as atas da reunião de outubro, percebes que dentro da Fed ainda há muita discussão. Uns acham que já é altura de travar, outros defendem cortes mais agressivos. O rumo de curto prazo está relativamente claro, mas a verdadeira incógnita será em 2026. O cenário que a Goldman Sachs prevê é uma pausa nos cortes antes de continuarem, mas será que a inflação vai mesmo arrefecer? Quanto tempo conseguirá o mercado de trabalho aguentar este ritmo? Ninguém sabe ao certo.

Ainda mais delicada é a questão das nomeações. O mandato de Powell termina em maio do próximo ano, e do lado de Trump já estão a considerar Kevin Hassett. A postura dele é clara — cortar taxas imediatamente. A Casa Branca, obviamente, ficaria satisfeita, mas o mercado fica nervoso. A PGIM avisou diretamente que isso pode minar a credibilidade da Fed, e a Gavekal foi ainda mais dura, alertando que, se o banco central alinhar demasiado com o Tesouro, o mercado de dívida pública pode colapsar.

O panorama agora é este: os dados pressionam, a política interfere e o futuro é uma aposta. O corte de taxas a curto prazo é praticamente certo, mas e depois? Será uma verdadeira recuperação ou apenas uma armadilha? Como vai agir a nova liderança? O mercado cripto está atento — basta uma mudança no vento da liquidez e o ETH e outras moedas mudam de comportamento imediatamente.