As declarações públicas recentes do Diretor do Gabinete de Controlo da Moeda dos EUA (OCC) podem marcar um momento de viragem para o setor das criptomoedas.
O Diretor Gould foi claro: as empresas de cripto que solicitem uma licença bancária federal devem receber tratamento igualitário. Esta afirmação, aparentemente simples, rompe, na verdade, com uma barreira que persistia há anos. Nos últimos tempos, as instituições de ativos digitais sempre foram consideradas de segunda categoria face ao sistema financeiro tradicional; os pedidos de licença eram repetidamente rejeitados, e os reguladores justificavam-se frequentemente com o “risco sistémico”, mantendo padrões pouco claros.
Desta vez, a lógica do OCC é inequívoca — a custódia de ativos digitais, em essência, não é um negócio inovador ou revolucionário. As instituições financeiras já lidam com ativos eletrónicos desde a era do telégrafo, e a tecnologia blockchain é apenas uma nova etapa nesta evolução de ferramentas. Este argumento reintegra a atividade cripto no quadro regulatório existente, deixando de ser tratada como uma “espécie especial” que requer medidas excecionais.
Os dados ilustram ainda melhor a situação. Este ano, o OCC recebeu 14 pedidos de licença bancária relacionados com ativos digitais, praticamente igualando o total dos quatro anos anteriores. A Circle candidatou-se a uma licença de banco fiduciário nacional, o banco Erebor foca-se no serviço a empresas cripto — estes movimentos refletem capital a votar com os pés. O setor já não quer operar na zona cinzenta da regulamentação; o que se procura agora é identidade clara e um canal de conformidade.
Será que a regulação consegue acompanhar o ritmo? A resposta de Gould é: o quadro atual é suficiente. Na verdade, a regulação nos EUA tem vindo a flexibilizar-se nos últimos dois anos; a Reserva Federal retirou orientações restritivas para as cripto, e bancos licenciados como a SoFi já começaram a oferecer serviços de trading de criptoativos. A posição atual do OCC equivale a uma certificação oficial, dando confiança às instituições financeiras tradicionais que estavam na expectativa.
Para todo o setor, o significado vai além do âmbito regulatório. Quando as entidades cripto conseguirem obter licenças bancárias, poderão aceder diretamente a sistemas de pagamentos e liquidação, realizar operações de depósito e crédito, e até participar no processo de criação monetária. Isto representa uma verdadeira integração no sistema principal, longe do mero jogo especulativo das bolsas. As aplicações dos tokens das principais plataformas também se expandirão, e os canais para entrada de capital tradicional ficarão completamente abertos.
Naturalmente, a implementação das políticas e a reação do mercado exigirão tempo de assimilação. No curto prazo, poderá ainda haver volatilidade e recuos, mas a longo prazo, o “estatuto oficial” do setor das criptomoedas está finalmente prestes a ser alcançado.
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OnchainArchaeologist
· 11h atrás
Arqueologia da rede blockchain
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TokenSherpa
· 12-09 14:07
O controlo das licenças está a ser gradualmente aliviado.
As declarações públicas recentes do Diretor do Gabinete de Controlo da Moeda dos EUA (OCC) podem marcar um momento de viragem para o setor das criptomoedas.
O Diretor Gould foi claro: as empresas de cripto que solicitem uma licença bancária federal devem receber tratamento igualitário. Esta afirmação, aparentemente simples, rompe, na verdade, com uma barreira que persistia há anos. Nos últimos tempos, as instituições de ativos digitais sempre foram consideradas de segunda categoria face ao sistema financeiro tradicional; os pedidos de licença eram repetidamente rejeitados, e os reguladores justificavam-se frequentemente com o “risco sistémico”, mantendo padrões pouco claros.
Desta vez, a lógica do OCC é inequívoca — a custódia de ativos digitais, em essência, não é um negócio inovador ou revolucionário. As instituições financeiras já lidam com ativos eletrónicos desde a era do telégrafo, e a tecnologia blockchain é apenas uma nova etapa nesta evolução de ferramentas. Este argumento reintegra a atividade cripto no quadro regulatório existente, deixando de ser tratada como uma “espécie especial” que requer medidas excecionais.
Os dados ilustram ainda melhor a situação. Este ano, o OCC recebeu 14 pedidos de licença bancária relacionados com ativos digitais, praticamente igualando o total dos quatro anos anteriores. A Circle candidatou-se a uma licença de banco fiduciário nacional, o banco Erebor foca-se no serviço a empresas cripto — estes movimentos refletem capital a votar com os pés. O setor já não quer operar na zona cinzenta da regulamentação; o que se procura agora é identidade clara e um canal de conformidade.
Será que a regulação consegue acompanhar o ritmo? A resposta de Gould é: o quadro atual é suficiente. Na verdade, a regulação nos EUA tem vindo a flexibilizar-se nos últimos dois anos; a Reserva Federal retirou orientações restritivas para as cripto, e bancos licenciados como a SoFi já começaram a oferecer serviços de trading de criptoativos. A posição atual do OCC equivale a uma certificação oficial, dando confiança às instituições financeiras tradicionais que estavam na expectativa.
Para todo o setor, o significado vai além do âmbito regulatório. Quando as entidades cripto conseguirem obter licenças bancárias, poderão aceder diretamente a sistemas de pagamentos e liquidação, realizar operações de depósito e crédito, e até participar no processo de criação monetária. Isto representa uma verdadeira integração no sistema principal, longe do mero jogo especulativo das bolsas. As aplicações dos tokens das principais plataformas também se expandirão, e os canais para entrada de capital tradicional ficarão completamente abertos.
Naturalmente, a implementação das políticas e a reação do mercado exigirão tempo de assimilação. No curto prazo, poderá ainda haver volatilidade e recuos, mas a longo prazo, o “estatuto oficial” do setor das criptomoedas está finalmente prestes a ser alcançado.