O tempo de ativação da mainnet do Ethereum está agora fixado para 3 de dezembro às 21:49 UTC, correspondendo ao slot de bloco 13.164.544. Esta atualização, denominada Fusaka, representa mais um passo crucial na fase de escalabilidade “Surge” do Ethereum, após a atualização Pectra em maio deste ano.
O objetivo central da atualização é claro: tornar as taxas nas Layer 2 mais baratas e aumentar drasticamente o throughput da rede. Espera-se que as taxas nas Layer 2 diminuam entre 40% e 60%, podendo chegar a uma redução de até 90% em alguns casos.
01 Ponto de atualização: o momento técnico da contagem decrescente global
A atualização Fusaka entrou na reta final da contagem decrescente. Segundo confirmação oficial da Fundação Ethereum, o tempo de ativação da mainnet está marcado para 3 de dezembro às 21:49 UTC.
Convertendo para hora de Lisboa, será dia 4 de dezembro às 5:49 da manhã, correspondendo ao slot de bloco 13.164.544.
Diferente das anteriores, esta atualização já foi totalmente implementada e validada nas três testnets: Holesky, Sepolia e Hoodi.
A Fundação Ethereum chegou mesmo a lançar um programa de recompensas por vulnerabilidades de 2 milhões de dólares para garantir que a atualização da mainnet decorra sem problemas.
02 Núcleo tecnológico: a combinação “dupla” de PeerDAS e BPO
A atualização Fusaka inclui cerca de 12 propostas de melhoria para o Ethereum, com foco na combinação inovadora da tecnologia PeerDAS e do caminho de atualização BPO.
PeerDAS, ou Peer Data Availability Sampling, é uma técnica de amostragem de disponibilidade de dados baseada numa rede peer-to-peer.
Com esta tecnologia, os validadores só precisam de amostrar 1/8 dos dados blob, em vez de descarregar a totalidade. Esta mudança reduz diretamente as exigências de largura de banda e armazenamento dos nós.
Já o BPO é um mecanismo de hard fork leve que “altera apenas parâmetros, não código”. Isto permite ao Ethereum ajustar o número de blobs sem ter de esperar por um grande hard fork para cada alteração.
03 Salto de performance: de 6 para 21 blobs por bloco
Antes da atualização Fusaka, cada bloco do Ethereum só podia processar 6 blobs, limitando severamente o throughput de dados entre L1 e L2.
Com a implementação do PeerDAS, o número de blobs por bloco aumenta de 6 para entre 21 e 48. Estima-se que isto possa representar um aumento de capacidade até 8 vezes.
O limite de gas por bloco do Ethereum também sobe de 30 milhões para 60 milhões, e algumas fontes técnicas sugerem que pode chegar aos 150 milhões. Tal permitirá ao layer base (L1) processar entre 40 a 60 TPS.
04 Impacto no mercado: ecossistema L2 e a dinâmica de preços
No mercado, a atualização Fusaka é vista como um dos catalisadores para o Ethereum recuperar os 3.000 dólares. Recentemente, o preço do Ethereum oscilou de cerca de 2.852 para quase 2.980 dólares.
O analista Ted Pillows refere que, se o preço do Ethereum se mantiver estável acima dos 3.000 dólares, pode escalar até aos 3.400 dólares.
Para redes Layer 2 como Arbitrum, Optimism e Base, a redução da pressão de largura de banda traduz-se numa diminuição direta das taxas. O throughput teórico poderá chegar aos 10.000+ TPS.
Os investidores institucionais também têm demonstrado interesse. Até 26 de novembro, os ETFs spot de Ethereum registaram entradas líquidas de 60,8 milhões de dólares em quatro sessões consecutivas.
05 Atualização faseada: uma estratégia de três etapas para expansão estável
O caminho de atualização Fusaka segue uma estratégia cautelosa de “três etapas”, em vez de uma mudança abrupta, para garantir estabilidade e segurança.
A primeira fase é a atualização Fusaka a 3 de dezembro, com parâmetros Target: 6 / Max: 9, igual à versão Pectra. Serve como um “período de observação”, para validar a estabilidade do PeerDAS sob a carga atual.
A segunda fase, BPO 1, está planeada para 9 de dezembro, ajustando os parâmetros para Target: 10 / Max: 15.
A terceira fase, BPO 2, está prevista para 7 de janeiro de 2026, com parâmetros finais de Target: 14 / Max: 21. No final, a capacidade será 2,3 vezes superior à anterior à atualização.
06 Mudanças para developers: novas limitações trazidas pelo EIP-7825
Uma alteração importante introduzida pela Fusaka é o EIP-7825, que define um limite de gas por transação.
Antes, uma única transação podia consumir todo o gas do bloco, representando um risco de DoS em ambientes de execução paralela. Após a atualização, cada transação fica limitada a 2²⁴ (~16,78M gas).
Esta mudança afetará operações que exigem muito gas, como deploys de contratos pesados, operações em lote e routers/aggregators que concatenam múltiplas chamadas numa transação. Os developers terão de dividir grandes operações em várias transações.
07 Competição: posicionamento estratégico dos Rollups baseados em Ethereum
A atualização Fusaka fará com que a mainnet do Ethereum evolua gradualmente para uma plataforma de liquidação de alta capacidade. Este reposicionamento marca a transição do Ethereum de “plataforma de execução” para “camada de liquidação e disponibilidade de dados”.
As soluções L2 baseadas em Rollup vão beneficiar deste novo ambiente, podendo utilizar a disponibilidade de dados da mainnet de forma mais eficiente.
Simultaneamente, o EIP-7917 introduz a funcionalidade de proponentes determinísticos, abrindo caminho para Rollups “baseados em Ethereum”. Assim, os validadores do Ethereum ficarão responsáveis pela ordenação das transações de L2.
08 Próximos passos: de Fusaka a Glamsterdam
Após a conclusão da atualização Fusaka, o próximo grande update do Ethereum já está no horizonte: a atualização Glamsterdam, prevista para 2026.
O plano Glamsterdam inclui duas inovações principais: ePBS (separação Proposer-Builder embutida) e BALs (listas de acesso ao nível de bloco).
Estas tecnologias vão otimizar a gestão de valor máximo extraível (MEV) e melhorar a eficiência de execução. Se Fusaka correr como planeado, marcará a transição do Ethereum de upgrades isolados para uma estratégia de expansão unificada, conciliando descentralização e alto throughput.
O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, mantém-se otimista quanto ao futuro da rede, sugerindo aumentos adicionais do limite de gas, mantendo a segurança.
Perspetivas futuras
No campo de batalha do ecossistema Layer 2, os operadores de nós da Arbitrum já estão preparados. Para Optimism, Base e outras redes L2 principais, os mesmos benefícios técnicos serão libertados em simultâneo.
O Ethereum completou a transição de “computador mundial” para “camada global de liquidação”. A Fusaka é o ponto tecnológico-chave que impulsiona esta transformação, redefinindo o papel e os limites do Ethereum no universo cripto.
As taxas nas Layer 2 entram na “era dos cêntimos”. O que significa isto para o mercado das criptomoedas? A resposta é que esta atualização não só reduz os custos de transação, como também pode desencadear uma redistribuição do tráfego e do ecossistema, inaugurando um novo capítulo para o universo Ethereum.
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Atualização Fusaka da Ethereum arranca esta noite: As taxas de Layer 2 podem entrar na era dos “cêntimos”?
O tempo de ativação da mainnet do Ethereum está agora fixado para 3 de dezembro às 21:49 UTC, correspondendo ao slot de bloco 13.164.544. Esta atualização, denominada Fusaka, representa mais um passo crucial na fase de escalabilidade “Surge” do Ethereum, após a atualização Pectra em maio deste ano.
O objetivo central da atualização é claro: tornar as taxas nas Layer 2 mais baratas e aumentar drasticamente o throughput da rede. Espera-se que as taxas nas Layer 2 diminuam entre 40% e 60%, podendo chegar a uma redução de até 90% em alguns casos.
01 Ponto de atualização: o momento técnico da contagem decrescente global
A atualização Fusaka entrou na reta final da contagem decrescente. Segundo confirmação oficial da Fundação Ethereum, o tempo de ativação da mainnet está marcado para 3 de dezembro às 21:49 UTC.
Convertendo para hora de Lisboa, será dia 4 de dezembro às 5:49 da manhã, correspondendo ao slot de bloco 13.164.544.
Diferente das anteriores, esta atualização já foi totalmente implementada e validada nas três testnets: Holesky, Sepolia e Hoodi.
A Fundação Ethereum chegou mesmo a lançar um programa de recompensas por vulnerabilidades de 2 milhões de dólares para garantir que a atualização da mainnet decorra sem problemas.
02 Núcleo tecnológico: a combinação “dupla” de PeerDAS e BPO
A atualização Fusaka inclui cerca de 12 propostas de melhoria para o Ethereum, com foco na combinação inovadora da tecnologia PeerDAS e do caminho de atualização BPO.
PeerDAS, ou Peer Data Availability Sampling, é uma técnica de amostragem de disponibilidade de dados baseada numa rede peer-to-peer.
Com esta tecnologia, os validadores só precisam de amostrar 1/8 dos dados blob, em vez de descarregar a totalidade. Esta mudança reduz diretamente as exigências de largura de banda e armazenamento dos nós.
Já o BPO é um mecanismo de hard fork leve que “altera apenas parâmetros, não código”. Isto permite ao Ethereum ajustar o número de blobs sem ter de esperar por um grande hard fork para cada alteração.
03 Salto de performance: de 6 para 21 blobs por bloco
Antes da atualização Fusaka, cada bloco do Ethereum só podia processar 6 blobs, limitando severamente o throughput de dados entre L1 e L2.
Com a implementação do PeerDAS, o número de blobs por bloco aumenta de 6 para entre 21 e 48. Estima-se que isto possa representar um aumento de capacidade até 8 vezes.
O limite de gas por bloco do Ethereum também sobe de 30 milhões para 60 milhões, e algumas fontes técnicas sugerem que pode chegar aos 150 milhões. Tal permitirá ao layer base (L1) processar entre 40 a 60 TPS.
04 Impacto no mercado: ecossistema L2 e a dinâmica de preços
No mercado, a atualização Fusaka é vista como um dos catalisadores para o Ethereum recuperar os 3.000 dólares. Recentemente, o preço do Ethereum oscilou de cerca de 2.852 para quase 2.980 dólares.
O analista Ted Pillows refere que, se o preço do Ethereum se mantiver estável acima dos 3.000 dólares, pode escalar até aos 3.400 dólares.
Para redes Layer 2 como Arbitrum, Optimism e Base, a redução da pressão de largura de banda traduz-se numa diminuição direta das taxas. O throughput teórico poderá chegar aos 10.000+ TPS.
Os investidores institucionais também têm demonstrado interesse. Até 26 de novembro, os ETFs spot de Ethereum registaram entradas líquidas de 60,8 milhões de dólares em quatro sessões consecutivas.
05 Atualização faseada: uma estratégia de três etapas para expansão estável
O caminho de atualização Fusaka segue uma estratégia cautelosa de “três etapas”, em vez de uma mudança abrupta, para garantir estabilidade e segurança.
A primeira fase é a atualização Fusaka a 3 de dezembro, com parâmetros Target: 6 / Max: 9, igual à versão Pectra. Serve como um “período de observação”, para validar a estabilidade do PeerDAS sob a carga atual.
A segunda fase, BPO 1, está planeada para 9 de dezembro, ajustando os parâmetros para Target: 10 / Max: 15.
A terceira fase, BPO 2, está prevista para 7 de janeiro de 2026, com parâmetros finais de Target: 14 / Max: 21. No final, a capacidade será 2,3 vezes superior à anterior à atualização.
06 Mudanças para developers: novas limitações trazidas pelo EIP-7825
Uma alteração importante introduzida pela Fusaka é o EIP-7825, que define um limite de gas por transação.
Antes, uma única transação podia consumir todo o gas do bloco, representando um risco de DoS em ambientes de execução paralela. Após a atualização, cada transação fica limitada a 2²⁴ (~16,78M gas).
Esta mudança afetará operações que exigem muito gas, como deploys de contratos pesados, operações em lote e routers/aggregators que concatenam múltiplas chamadas numa transação. Os developers terão de dividir grandes operações em várias transações.
07 Competição: posicionamento estratégico dos Rollups baseados em Ethereum
A atualização Fusaka fará com que a mainnet do Ethereum evolua gradualmente para uma plataforma de liquidação de alta capacidade. Este reposicionamento marca a transição do Ethereum de “plataforma de execução” para “camada de liquidação e disponibilidade de dados”.
As soluções L2 baseadas em Rollup vão beneficiar deste novo ambiente, podendo utilizar a disponibilidade de dados da mainnet de forma mais eficiente.
Simultaneamente, o EIP-7917 introduz a funcionalidade de proponentes determinísticos, abrindo caminho para Rollups “baseados em Ethereum”. Assim, os validadores do Ethereum ficarão responsáveis pela ordenação das transações de L2.
08 Próximos passos: de Fusaka a Glamsterdam
Após a conclusão da atualização Fusaka, o próximo grande update do Ethereum já está no horizonte: a atualização Glamsterdam, prevista para 2026.
O plano Glamsterdam inclui duas inovações principais: ePBS (separação Proposer-Builder embutida) e BALs (listas de acesso ao nível de bloco).
Estas tecnologias vão otimizar a gestão de valor máximo extraível (MEV) e melhorar a eficiência de execução. Se Fusaka correr como planeado, marcará a transição do Ethereum de upgrades isolados para uma estratégia de expansão unificada, conciliando descentralização e alto throughput.
O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, mantém-se otimista quanto ao futuro da rede, sugerindo aumentos adicionais do limite de gas, mantendo a segurança.
Perspetivas futuras
No campo de batalha do ecossistema Layer 2, os operadores de nós da Arbitrum já estão preparados. Para Optimism, Base e outras redes L2 principais, os mesmos benefícios técnicos serão libertados em simultâneo.
O Ethereum completou a transição de “computador mundial” para “camada global de liquidação”. A Fusaka é o ponto tecnológico-chave que impulsiona esta transformação, redefinindo o papel e os limites do Ethereum no universo cripto.
As taxas nas Layer 2 entram na “era dos cêntimos”. O que significa isto para o mercado das criptomoedas? A resposta é que esta atualização não só reduz os custos de transação, como também pode desencadear uma redistribuição do tráfego e do ecossistema, inaugurando um novo capítulo para o universo Ethereum.