Trump tem atacado Powell sem parar há semanas. Qual o motivo? Acredita que pode controlar o Federal Reserve como se fosse um negócio seu. Spoiler: isto é um colossal mal-entendido que pode sair caro.
O problema de fundo
Trump pensa que Powell trabalha para ele porque o nomeou em 2018. Erro fundamental. O Federal Reserve não é uma agência presidencial; é uma corporação privada com acionistas principais que são famílias bancárias de séculos de antiguidade (Warburg, Rothschild, Schiff, Lazard, entre outros). Eles decidiram em 1913 criar o “banco central” dos EUA, mas mantendo o controle total.
Como é que funciona realmente? O dólar que circula não é dinheiro do governo dos Estados Unidos; são títulos da Reserva Federal. Os EUA pedem emprestado à Reserva Federal para financiar despesas públicas, depois devolvem com impostos. Os cidadãos americanos pagam juros sobre a dívida nacional—aproximadamente 35% da renda média vai para impostos federais.
O verdadeiro poder de Powell
Powell controla a política monetária sem responder ao presidente. A lei de 1913 é clara: “O Federal Reserve, ao formular a política monetária, não está sujeito à intervenção de nenhuma agência executiva, incluindo o presidente”. Os aumentos ou cortes de taxas são decididos em reuniões privadas; nem a Casa Branca nem o Congresso recebem registros detalhados.
Trump ameaça despedir Powell. Mas aqui está a reviravolta: Powell não trabalha para Trump. Apenas o Congresso poderia destituí-lo, e isso exigiria mudar a lei de 1951 que garante a independência da Reserva Federal.
A história não se esquece
O Federal Reserve já enfrentou presidentes rebeldes antes. Andrew Jackson tentou destruir o “Segundo Banco” em 1833. Um mês após ser reeleito, um assassino tentou matá-lo (a arma falhou). Abraham Lincoln também confrontou o sistema bancário. Os proprietários da Reserva Federal aprenderam: nunca permitirão que um presidente lhes tire o controle.
Por que Trump está a perder esta batalha
Os EUA são o devedor; o Federal Reserve é o credor. Como é que um devedor controla o seu credor? Não pode. Se Trump tentar desfinanciar o Federal Reserve—algo que Elon Musk poderia fazer com qualquer agência cortando fundos—aqui não funciona: o Federal Reserve não depende do orçamento federal.
Na verdade, é o contrário. O Federal Reserve gera a sua própria liquidez ( especialmente desde 1971, quando o dólar se desvinculou do padrão ouro ) e empresta fundos ao Tesouro com juros.
O cálculo de Powell
Powell já respondeu publicamente: “Não é permitido por lei que Trump me despedaça”. Tradução: não vou baixar taxas porque você pede. O Federal Reserve planeja a longo prazo e nunca se apressa. Em 2008, com Obama em pânico após a crise das hipotecas subprime, o Federal Reserve manteve seu curso enquanto Wall Street queimava. A experiência mostrou que estavam certos.
O que vem a seguir?
Trump está danando a relação histórica de cooperação entre o “governo nas sombras” (Reserva Federal) e a Casa Branca. Se realmente desafiar a autoridade de Powell, enfrenta um problema sem solução política tradicional: não pode pressioná-lo legislativamente, não pode desfinanciá-lo, e os acionistas da Reserva Federal já viram este filme.
Entretanto, o Federal Reserve continuará com a sua agenda monetária. Powell esperará. O verdadeiro teste chegará se o governo dos Estados Unidos tentar uma confrontação direta—algo que historicamente resultou em momentos difíceis para os presidentes que o tentaram.
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A verdadeira batalha: Trump vs. O Banco Central
Trump tem atacado Powell sem parar há semanas. Qual o motivo? Acredita que pode controlar o Federal Reserve como se fosse um negócio seu. Spoiler: isto é um colossal mal-entendido que pode sair caro.
O problema de fundo
Trump pensa que Powell trabalha para ele porque o nomeou em 2018. Erro fundamental. O Federal Reserve não é uma agência presidencial; é uma corporação privada com acionistas principais que são famílias bancárias de séculos de antiguidade (Warburg, Rothschild, Schiff, Lazard, entre outros). Eles decidiram em 1913 criar o “banco central” dos EUA, mas mantendo o controle total.
Como é que funciona realmente? O dólar que circula não é dinheiro do governo dos Estados Unidos; são títulos da Reserva Federal. Os EUA pedem emprestado à Reserva Federal para financiar despesas públicas, depois devolvem com impostos. Os cidadãos americanos pagam juros sobre a dívida nacional—aproximadamente 35% da renda média vai para impostos federais.
O verdadeiro poder de Powell
Powell controla a política monetária sem responder ao presidente. A lei de 1913 é clara: “O Federal Reserve, ao formular a política monetária, não está sujeito à intervenção de nenhuma agência executiva, incluindo o presidente”. Os aumentos ou cortes de taxas são decididos em reuniões privadas; nem a Casa Branca nem o Congresso recebem registros detalhados.
Trump ameaça despedir Powell. Mas aqui está a reviravolta: Powell não trabalha para Trump. Apenas o Congresso poderia destituí-lo, e isso exigiria mudar a lei de 1951 que garante a independência da Reserva Federal.
A história não se esquece
O Federal Reserve já enfrentou presidentes rebeldes antes. Andrew Jackson tentou destruir o “Segundo Banco” em 1833. Um mês após ser reeleito, um assassino tentou matá-lo (a arma falhou). Abraham Lincoln também confrontou o sistema bancário. Os proprietários da Reserva Federal aprenderam: nunca permitirão que um presidente lhes tire o controle.
Por que Trump está a perder esta batalha
Os EUA são o devedor; o Federal Reserve é o credor. Como é que um devedor controla o seu credor? Não pode. Se Trump tentar desfinanciar o Federal Reserve—algo que Elon Musk poderia fazer com qualquer agência cortando fundos—aqui não funciona: o Federal Reserve não depende do orçamento federal.
Na verdade, é o contrário. O Federal Reserve gera a sua própria liquidez ( especialmente desde 1971, quando o dólar se desvinculou do padrão ouro ) e empresta fundos ao Tesouro com juros.
O cálculo de Powell
Powell já respondeu publicamente: “Não é permitido por lei que Trump me despedaça”. Tradução: não vou baixar taxas porque você pede. O Federal Reserve planeja a longo prazo e nunca se apressa. Em 2008, com Obama em pânico após a crise das hipotecas subprime, o Federal Reserve manteve seu curso enquanto Wall Street queimava. A experiência mostrou que estavam certos.
O que vem a seguir?
Trump está danando a relação histórica de cooperação entre o “governo nas sombras” (Reserva Federal) e a Casa Branca. Se realmente desafiar a autoridade de Powell, enfrenta um problema sem solução política tradicional: não pode pressioná-lo legislativamente, não pode desfinanciá-lo, e os acionistas da Reserva Federal já viram este filme.
Entretanto, o Federal Reserve continuará com a sua agenda monetária. Powell esperará. O verdadeiro teste chegará se o governo dos Estados Unidos tentar uma confrontação direta—algo que historicamente resultou em momentos difíceis para os presidentes que o tentaram.