Em outubro de 2025, o ouro está cotado em $4.270 por onça. Parece um número qualquer, mas se você comparar com 2005 ($430) ou mesmo 2015 ($1.100), você percebe que estamos diante de um dos maiores rallies deste século.
Os números falam por si mesmos
+900% em 20 anos. Não é um erro de digitação.
Na última década, o ouro rentabilizou entre 7% e 8% anualizado sem gerar dividendos nem cupons. Isso é o interessante: é um ativo “morto” em termos de fluxo de caixa, mas que tem impresso dinheiro real para aqueles que o possuíam.
E aqui vem o suculento: nos últimos 5 anos, o ouro superou tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq-100. Uma raridade que não se via há décadas. Enquanto o Nasdaq acumula +115% nesse período, o ouro ronda o +295%. A longo prazo, a renda variável continua ganhando (Nasdaq histórico: +5.500%), mas o metal amarelo está fechando a lacuna em ambientes de incerteza.
Por que agora?
Quatro períodos explicam tudo:
2005-2010: Crise hipotecária + colapso do dólar + Lehman Brothers = pânico. O ouro passou de $430 a $1.200 em cinco anos.
2010-2015: Os mercados estabilizaram-se, o ouro adormeceu. Rondava $1.000-$1.200 sem maior emoção.
2015-2020: Guerra comercial EUA-China, dívida pública no teto, taxas a zero. O COVID-19 foi o catalisador: ouro rompe os $2.000 pela primeira vez.
2020-2025: A verdadeira explosão. De $1.900 a $4.200. +124% em apenas 5 anos.
O segredo por trás do brilho
Três coisas movem o ouro:
Tipos de juro reais negativos: Quando os títulos rendem menos do que a inflação, o ouro ganha porque pelo menos mantém valor.
Um dólar fraco: O ouro é negociado em USD, então quando o green baixa, os preços do metal sobem.
Medo: Conflitos geopolíticos, programas de gastos massivos, inflação descontrolada. Quando os investidores duvidam, compram ouro.
Bónus: Os bancos centrais de economias emergentes têm comprado ouro a rodos durante anos para reduzir a dependência do dólar. Isso cria uma demanda de fundo que sustenta os preços.
O que aprendemos?
O ouro não é para enriquecer rapidamente. É um seguro que se ativa quando tudo o resto vacila.
Em 2008, enquanto as bolsas caíam 30%+, o ouro mal retrocedeu 2%.
Em 2020, quando o pânico paralisou os mercados, o metal atuou como refúgio enquanto a renda variável desabava.
Os consultores financeiros recomendam 5-10% da carteira em ouro (físico, ETFs ou fundos replicantes). Não é para ganhar, é para não perder.
O dilema atual
Investir em ouro a $4.270? Depende.
Se você acredita que as taxas reais continuarão negativas, que o dólar continuará sob pressão, ou que a geopolítica vai esquentar: o ouro tem espaço.
Se você espera que o Federal Reserve diminua gradualmente as taxas, que a inflação seja controlada e que os ativos de risco recuperem o brilho: o ouro pode sofrer uma correção feia.
O que não é debatível: em ambientes de crise, o ouro é mais confiável do que qualquer análise técnica. E isso tem um preço.
Vinte anos, dez vezes. Isso não se consegue por casualidade.
Ver original
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
Ouro: O ativo que multiplicou o seu valor 10 vezes em 20 anos (e porque agora brilha mais do que o S&P 500)
Em outubro de 2025, o ouro está cotado em $4.270 por onça. Parece um número qualquer, mas se você comparar com 2005 ($430) ou mesmo 2015 ($1.100), você percebe que estamos diante de um dos maiores rallies deste século.
Os números falam por si mesmos
+900% em 20 anos. Não é um erro de digitação.
Na última década, o ouro rentabilizou entre 7% e 8% anualizado sem gerar dividendos nem cupons. Isso é o interessante: é um ativo “morto” em termos de fluxo de caixa, mas que tem impresso dinheiro real para aqueles que o possuíam.
E aqui vem o suculento: nos últimos 5 anos, o ouro superou tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq-100. Uma raridade que não se via há décadas. Enquanto o Nasdaq acumula +115% nesse período, o ouro ronda o +295%. A longo prazo, a renda variável continua ganhando (Nasdaq histórico: +5.500%), mas o metal amarelo está fechando a lacuna em ambientes de incerteza.
Por que agora?
Quatro períodos explicam tudo:
2005-2010: Crise hipotecária + colapso do dólar + Lehman Brothers = pânico. O ouro passou de $430 a $1.200 em cinco anos.
2010-2015: Os mercados estabilizaram-se, o ouro adormeceu. Rondava $1.000-$1.200 sem maior emoção.
2015-2020: Guerra comercial EUA-China, dívida pública no teto, taxas a zero. O COVID-19 foi o catalisador: ouro rompe os $2.000 pela primeira vez.
2020-2025: A verdadeira explosão. De $1.900 a $4.200. +124% em apenas 5 anos.
O segredo por trás do brilho
Três coisas movem o ouro:
Tipos de juro reais negativos: Quando os títulos rendem menos do que a inflação, o ouro ganha porque pelo menos mantém valor.
Um dólar fraco: O ouro é negociado em USD, então quando o green baixa, os preços do metal sobem.
Medo: Conflitos geopolíticos, programas de gastos massivos, inflação descontrolada. Quando os investidores duvidam, compram ouro.
Bónus: Os bancos centrais de economias emergentes têm comprado ouro a rodos durante anos para reduzir a dependência do dólar. Isso cria uma demanda de fundo que sustenta os preços.
O que aprendemos?
O ouro não é para enriquecer rapidamente. É um seguro que se ativa quando tudo o resto vacila.
Em 2008, enquanto as bolsas caíam 30%+, o ouro mal retrocedeu 2%.
Em 2020, quando o pânico paralisou os mercados, o metal atuou como refúgio enquanto a renda variável desabava.
Os consultores financeiros recomendam 5-10% da carteira em ouro (físico, ETFs ou fundos replicantes). Não é para ganhar, é para não perder.
O dilema atual
Investir em ouro a $4.270? Depende.
Se você acredita que as taxas reais continuarão negativas, que o dólar continuará sob pressão, ou que a geopolítica vai esquentar: o ouro tem espaço.
Se você espera que o Federal Reserve diminua gradualmente as taxas, que a inflação seja controlada e que os ativos de risco recuperem o brilho: o ouro pode sofrer uma correção feia.
O que não é debatível: em ambientes de crise, o ouro é mais confiável do que qualquer análise técnica. E isso tem um preço.
Vinte anos, dez vezes. Isso não se consegue por casualidade.