2022 passará à história como o ano em que os bancos centrais pisaram no acelerador das taxas de juro para conter uma inflação desenfreada. Em Espanha, chegamos quase aos 6,8% em novembro, o que significa que, embora o seu salário suba 5%, na realidade perde poder de compra. É aqui que entra em cena um conceito que os políticos falam, mas poucos entendem: a deflação.
O que é deflactar em cristão?
Simplificado: é eliminar o ruído dos preços para ver a realidade. Imagina que um país gera 10 milhões de euros em bens no ano 1, e 12 milhões no ano 2. Parece um crescimento de 20%, não é? Mas se os preços subiram 10%, o crescimento real foi apenas de 10%. O deflator remove esse aumento de preços artificial para te mostrar os números reais.
No seu bolso: Se o seu salário subir de 30.000€ para 31.500€ mas a inflação foi de 5%, você ganhou nominalmente mais mas perdeu poder de compra. A deflação ajustaria os escalões de impostos pela inflação para que você não pagasse mais impostos por um aumento que já foi consumido pela inflação.
O debate em Espanha
França, EUA e países nórdicos fazem-no anualmente. A Alemanha a cada dois anos. A Espanha não o faz desde 2008 a nível nacional. Agora algumas comunidades autónomas estão a ponderar fazê-lo.
Os defensores dizem: Evita que os contribuintes percam poder de compra por culpa do Fisco.
Os críticos replicam:
Os ricos ganham mais (imposto progressivo)
Se recuperares poder de compra, os preços sobem de novo
O governo perde receitas que financiam a saúde e a educação
Como investir neste caos?
A inflação e as taxas altas afundam alguns ativos e beneficiam outros:
Ouro: Refúgio clássico em tempos raros. Não está ligado a nenhuma moeda, mas é volátil a curto prazo.
Ações: Ano ruim em 2022 para a maioria. Mas empresas de energia foram exceções. Regra: setores defensivos (necessidades básicas) > setores cíclicos (tech).
Forex: As moedas movem-se por inflação e taxas. Alto risco, especialmente com alavancagem.
O real: Se desflacionarem o IRS, os investidores teriam mais dinheiro disponível. Mas estamos a falar de poupanças médias de alguns centenas de euros, não milhares. Não é o fator que vai revolucionar a sua carteira.
Conclusão
Deflactar mola em teoria. Na prática, os números poupados são modestos para pessoas médias. A inflação continua a ser o verdadeiro inimigo do seu poder de compra. O importante é diversificar ativos e pensar a longo prazo.
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Deflação do IRS: Por que o seu salário que sobe na verdade desce?
2022 passará à história como o ano em que os bancos centrais pisaram no acelerador das taxas de juro para conter uma inflação desenfreada. Em Espanha, chegamos quase aos 6,8% em novembro, o que significa que, embora o seu salário suba 5%, na realidade perde poder de compra. É aqui que entra em cena um conceito que os políticos falam, mas poucos entendem: a deflação.
O que é deflactar em cristão?
Simplificado: é eliminar o ruído dos preços para ver a realidade. Imagina que um país gera 10 milhões de euros em bens no ano 1, e 12 milhões no ano 2. Parece um crescimento de 20%, não é? Mas se os preços subiram 10%, o crescimento real foi apenas de 10%. O deflator remove esse aumento de preços artificial para te mostrar os números reais.
No seu bolso: Se o seu salário subir de 30.000€ para 31.500€ mas a inflação foi de 5%, você ganhou nominalmente mais mas perdeu poder de compra. A deflação ajustaria os escalões de impostos pela inflação para que você não pagasse mais impostos por um aumento que já foi consumido pela inflação.
O debate em Espanha
França, EUA e países nórdicos fazem-no anualmente. A Alemanha a cada dois anos. A Espanha não o faz desde 2008 a nível nacional. Agora algumas comunidades autónomas estão a ponderar fazê-lo.
Os defensores dizem: Evita que os contribuintes percam poder de compra por culpa do Fisco.
Os críticos replicam:
Como investir neste caos?
A inflação e as taxas altas afundam alguns ativos e beneficiam outros:
Ouro: Refúgio clássico em tempos raros. Não está ligado a nenhuma moeda, mas é volátil a curto prazo.
Ações: Ano ruim em 2022 para a maioria. Mas empresas de energia foram exceções. Regra: setores defensivos (necessidades básicas) > setores cíclicos (tech).
Forex: As moedas movem-se por inflação e taxas. Alto risco, especialmente com alavancagem.
O real: Se desflacionarem o IRS, os investidores teriam mais dinheiro disponível. Mas estamos a falar de poupanças médias de alguns centenas de euros, não milhares. Não é o fator que vai revolucionar a sua carteira.
Conclusão
Deflactar mola em teoria. Na prática, os números poupados são modestos para pessoas médias. A inflação continua a ser o verdadeiro inimigo do seu poder de compra. O importante é diversificar ativos e pensar a longo prazo.