Outubro de 2025: o ouro atinge $4.270 por onça. Há apenas duas décadas estava a $400. Há 10 anos, $1.100. A pergunta óbvia: como é que um metal que não gera dividendos nem juros se tornou o ativo que destrói Wall Street?
Os números falam por si mesmos
Em duas décadas: +900%. Nos últimos 5 anos: +295% (o +7-8% anualizado). Enquanto isso, o S&P 500 acumula +800% desde 2005, mas aqui vem o suculento: nos últimos 5 anos, o ouro superou tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq-100. Sim, você leu certo.
Ativo
YTD
1 Ano
5 Anos
Total
Ouro
14.51%
15.05%
94.35%
799.58%
S&P 500
16,30%
14,51%
78,50%
799,58%
Nasdaq-100
19.65%
23.47%
115.02%
5506.58%
O Nasdaq continua a ser o campeão, mas o ouro não é o dorminhoco que todos pensavam.
Quatro atos de um thriller de 20 anos
Ato 1 (2005-2010): O dólar cai, o ouro dispara
Dólar fraco + crise das hipotecas subprime = puro pânico. O metal passou de $430 para $1.200 em 5 anos. Lehman Brothers quebrou, os bancos centrais compravam como loucos. O ouro era o único ativo em que as pessoas confiavam.
Ato 2 (2010-2015): A meseta aborrecida
Os mercados recuperaram-se, o Fed normalizou as taxas, o ouro ficou estagnado entre $1.000-$1.200. Foi a sua fase defensiva: protegia, mas não emocionava.
Ato 3 (2015-2020): O regresso do herói
Guerra comercial China-EUA + dívida pública disparada + juros no piso + pandemia = o ouro volta a brilhar. Em 2020 rompe os $2.000 pela primeira vez. Confirma seu papel: ativo de crise.
Ato 4 (2020-2025): A explosão sem travões
De $1.900 a $4.200 em 5 anos = +124%. É o melhor desempenho relativo deste século para o metal. Razão? Inflação descontrolada + taxas em mínimos históricos + tensões geopolíticas a todo vapor.
Por que o ouro sempre ganha quando importa
Olha o que aconteceu em 2008: enquanto as bolsas caíam 30%+, o ouro mal retrocedeu 2%. Em 2020, quando tudo estava paralisado pela incerteza, voltou a atuar como refúgio. Não é magia, é psicologia.
Os quatro superpoderes do ouro:
Taxas reais negativas → Quando os títulos não te dão nada (ou menos se descontares a inflação), o ouro valoriza-se. Últimos 10 anos: o Fed meteu QE a rodos, as taxas reais foram ao chão. Boom para o ouro.
Dólar fraco → O ouro é negociado em dólares. Dólar fraco = ouro caro em outras moedas = mais demanda. Após 2020, o dólar desabou, o ouro disparou.
Inflação → Quando os preços disparam, as pessoas procuram proteger-se. O ouro é o clássico hedge. Pandemia + gastos fiscais massivos = medo de inflação = busca de refúgio.
Caos geopolítico → Guerras, sanções, tensões. Os bancos centrais de países emergentes compram ouro para não depender do dólar. É o dinheiro da desconfiança.
O ouro na sua carteira: 5% ou 10%?
Os consultores recomendam 5-10% em ouro (físico, ETFs ou fundos). Não é para enriquecer rapidamente. É o seguro silencioso que protege quando tudo balança.
Vantagem chave: liquidez universal. Em qualquer crise, em qualquer país, você pode converter ouro em dinheiro sem atritos. Ao contrário de ações ou obrigações que podem ser congeladas em momentos de pânico.
O cerne da questão
O ouro não gera dividendos nem juros. A sua rentabilidade depende de algo mais profundo: confiança. Quando desaparece ( por inflação, dívida, política, guerra ), o metal volta ao jogo.
20 anos de dados provam-no: ganha quando importa. Não é acidental que em 2024-2025, com inflação rebelde, taxas no chão e tensões mundiais, o ouro esteja a bater recordes. Os investidores inteligentes sabem-no: num mundo com menos estabilidade, o seguro mais antigo do mercado continua a se valorizar.
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Ouro: De $400 a 4.270$ em 20 anos - Por que se multiplicou 10 vezes?
Outubro de 2025: o ouro atinge $4.270 por onça. Há apenas duas décadas estava a $400. Há 10 anos, $1.100. A pergunta óbvia: como é que um metal que não gera dividendos nem juros se tornou o ativo que destrói Wall Street?
Os números falam por si mesmos
Em duas décadas: +900%. Nos últimos 5 anos: +295% (o +7-8% anualizado). Enquanto isso, o S&P 500 acumula +800% desde 2005, mas aqui vem o suculento: nos últimos 5 anos, o ouro superou tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq-100. Sim, você leu certo.
O Nasdaq continua a ser o campeão, mas o ouro não é o dorminhoco que todos pensavam.
Quatro atos de um thriller de 20 anos
Ato 1 (2005-2010): O dólar cai, o ouro dispara Dólar fraco + crise das hipotecas subprime = puro pânico. O metal passou de $430 para $1.200 em 5 anos. Lehman Brothers quebrou, os bancos centrais compravam como loucos. O ouro era o único ativo em que as pessoas confiavam.
Ato 2 (2010-2015): A meseta aborrecida Os mercados recuperaram-se, o Fed normalizou as taxas, o ouro ficou estagnado entre $1.000-$1.200. Foi a sua fase defensiva: protegia, mas não emocionava.
Ato 3 (2015-2020): O regresso do herói Guerra comercial China-EUA + dívida pública disparada + juros no piso + pandemia = o ouro volta a brilhar. Em 2020 rompe os $2.000 pela primeira vez. Confirma seu papel: ativo de crise.
Ato 4 (2020-2025): A explosão sem travões De $1.900 a $4.200 em 5 anos = +124%. É o melhor desempenho relativo deste século para o metal. Razão? Inflação descontrolada + taxas em mínimos históricos + tensões geopolíticas a todo vapor.
Por que o ouro sempre ganha quando importa
Olha o que aconteceu em 2008: enquanto as bolsas caíam 30%+, o ouro mal retrocedeu 2%. Em 2020, quando tudo estava paralisado pela incerteza, voltou a atuar como refúgio. Não é magia, é psicologia.
Os quatro superpoderes do ouro:
Taxas reais negativas → Quando os títulos não te dão nada (ou menos se descontares a inflação), o ouro valoriza-se. Últimos 10 anos: o Fed meteu QE a rodos, as taxas reais foram ao chão. Boom para o ouro.
Dólar fraco → O ouro é negociado em dólares. Dólar fraco = ouro caro em outras moedas = mais demanda. Após 2020, o dólar desabou, o ouro disparou.
Inflação → Quando os preços disparam, as pessoas procuram proteger-se. O ouro é o clássico hedge. Pandemia + gastos fiscais massivos = medo de inflação = busca de refúgio.
Caos geopolítico → Guerras, sanções, tensões. Os bancos centrais de países emergentes compram ouro para não depender do dólar. É o dinheiro da desconfiança.
O ouro na sua carteira: 5% ou 10%?
Os consultores recomendam 5-10% em ouro (físico, ETFs ou fundos). Não é para enriquecer rapidamente. É o seguro silencioso que protege quando tudo balança.
Vantagem chave: liquidez universal. Em qualquer crise, em qualquer país, você pode converter ouro em dinheiro sem atritos. Ao contrário de ações ou obrigações que podem ser congeladas em momentos de pânico.
O cerne da questão
O ouro não gera dividendos nem juros. A sua rentabilidade depende de algo mais profundo: confiança. Quando desaparece ( por inflação, dívida, política, guerra ), o metal volta ao jogo.
20 anos de dados provam-no: ganha quando importa. Não é acidental que em 2024-2025, com inflação rebelde, taxas no chão e tensões mundiais, o ouro esteja a bater recordes. Os investidores inteligentes sabem-no: num mundo com menos estabilidade, o seguro mais antigo do mercado continua a se valorizar.