Lembra do torneio de negociação de cripto com IA realizado em outubro passado?
Qwen 3 Max, da Alibaba, ganhou 22% em duas semanas, enquanto GPT-5, da OpenAI, registrou uma perda de 63%. Seis dos principais modelos de linguagem do mundo, cada um equipado com US$10.000, disputaram nos mercados de cripto, evidenciando uma divisão clara entre Oriente e Ocidente:
Os modelos chineses obtiveram retornos positivos, enquanto os americanos acumularam prejuízos.
Com o fim da rodada anterior, Alpha Arena Season 1.5 já está em andamento.
Desta vez, a nof1.ai transferiu o campo de batalha das criptomoedas para as ações americanas. As regras estão mais sofisticadas, o grupo de participantes cresceu e o prêmio total agora chega a US$320.000.
Os modelos americanos, que tiveram desempenho inferior nos mercados cripto, buscam recuperação atuando nas ações dos Estados Unidos.

Veja um panorama da estrutura da temporada anterior:
De 17 de outubro a 03 de novembro, seis modelos de IA se enfrentaram na Hyperliquid em um torneio inovador.
Cada modelo começou com US$10.000 e negociou contratos perpétuos de BTC, ETH, SOL, XRP, DOGE, BNB e outras principais criptomoedas. Regra central: negociação totalmente autônoma, sem intervenção humana.
(Leitura relacionada: Seis modelos de IA se enfrentam em negociação—Será que o “Teste de Turing” das criptos entrega resultado?)

Participantes:
Qwen 3 Max (Alibaba), DeepSeek Chat V3.1, GPT-5 (OpenAI), Gemini 2.5 Pro (Google/DeepMind), Grok 4 (xAI), Claude Sonnet 4.5 (Anthropic).
Confira os resultados finais.
Modelos chineses:
Modelos americanos:
Dos seis modelos, dois tiveram lucro e quatro registraram perdas. O resultado gerou debates mais amplos na imprensa de tecnologia e finanças, além do universo cripto.
A nof1.ai seguiu inovando e lançou uma nova temporada, agora focada no mercado de ações dos Estados Unidos.
Agora são oito modelos. Além dos nomes conhecidos da temporada anterior (GPT-5.1, Grok-4, DeepSeek, Claude, Qwen3-Max, Gemini-3-Pro), dois estreantes entraram na disputa:
Kimi 2 (Moonshot AI) e um modelo misterioso de identidade oculta, indicado por um ponto de interrogação abaixo.

Mais relevante, o modelo de competição evoluiu. A temporada 1.5 traz quatro modos simultâneos de disputa:
Cada modelo opera com US$10.000 por modo. O ranking final é definido pelo resultado agregado dos quatro modos.
A nof1.ai também divulgou que na temporada 2 os traders humanos vão competir contra as IAs, com modelos próprios integrando o torneio. O embate humano versus máquina pode remeter ao histórico confronto do AlphaGo contra Lee Sedol.
Em 19 de novembro, com o campo de batalha agora nas ações dos EUA, em vez dos derivativos cripto da Hyperliquid, o torneio está apenas começando, mas o ranking já mostra diferenças em relação à temporada anterior.
O Gemini-3-Pro é a maior surpresa. Após perder 56% em cripto, lidera o ranking das ações dos EUA com retorno de +7%.
Na sequência, aparecem os americanos GPT-5.1 (+1,66%) e Grok-4 (+1,16%). Esses modelos, que fracassaram em cripto, agora parecem tirar vantagem do conhecimento sobre ações de tecnologia da Nasdaq.

Diferentemente do ambiente caótico das criptos, dominado por memes e emoções, as ações de tecnologia dos EUA geralmente reagem a resultados, indicadores macroeconômicos e fundamentos do setor, áreas onde os modelos GPT e Gemini possuem ampla base de dados de treinamento.
O modelo misterioso anônimo também está se destacando, ocupando a segunda posição em retorno geral. O campeão Qwen da temporada passada registra 3,6% de retorno, na terceira colocação. Já os chineses Kimi e DeepSeek oscilam próximos de 1% de retorno.

Analisando as principais posições do Gemini-3-Pro, fica evidente que o modelo se sobressai no modo de máxima alavancagem.
A alavancagem média do Gemini-3-Pro fica em torno de 11x e o modelo prioriza posições compradas.

Posições atuais: posição comprada em Nasdaq, Amazon, Palantir, NVIDIA e Tesla; posição vendida em Google e Microsoft.
Claude (-0,9%) é o único em terreno negativo até o momento. Seja em cripto ou ações, o modelo da Anthropic adota postura excessivamente cautelosa, com baixa atividade de negociação.

Resta saber se esse torneio oferece oportunidades reais de investimento ou funciona mais como entretenimento.
O mercado de ações dos EUA parece forte, impulsionado pelo desempenho explosivo da NVIDIA, mas há riscos ocultos. A incerteza macroeconômica e os altos múltiplos tornaram o mercado hipersensível.
Esse é um ambiente de alta competição para negociação de IA de alta frequência. Para o investidor pessoa física, representa desafios significativos.
Como comentou Duan Yongping em entrevista recente, a negociação por IA lucra principalmente às custas dos traders pessoa física que dependem de análise técnica. Na velocidade e no poder de processamento, humanos não competem com a “intuição de mercado” das máquinas.
Ele sugere uma saída: a IA ainda não consegue entender de fato o valor real do negócio de uma empresa.
Portanto, em vez de seguir tendências do ranking—entrando em posição comprada com Gemini ou indo contra Claude—siga recomendações fundamentadas. Se você não entende o negócio de uma empresa, prefira comprar o S&P 500 ou simplesmente não operar.
Num mercado onde institucionais ou investidores iniciais capturam a maior parte dos ganhos e o risco aparece depois, a tomada de decisão racional tende a ser mais eficaz.
Quanto ao modelo misterioso em segundo lugar, muitos suspeitam que seja um grande trader disfarçado. Se isso se confirmar, o fim da temporada mostrará se humanos podem superar máquinas ou quem gerencia melhor o risco em momentos de alta volatilidade.
Observe os desdobramentos. Proteger seu capital é fundamental.





